“Sem Enfeite Nenhum” de Adélia Prado: uma prosa poética sobre a vida, a morte e as relações humanas
No último encontro do Clube do Livro da Locus Studium, discutimos o conto “Sem Enfeite Nenhum” de Adélia Prado. Esta obra, apesar de breve, é repleta de significados e reflexões. Neste artigo, vamos aprofundar nossa análise.
Quem foi Adélia Prado?
Adélia Prado é uma das maiores poetisas vivas do Brasil. Considerada uma das maiores de todos os tempos, ela é conhecida por sua linguagem simples e direta, seus temas cotidianos e sua abordagem franca da sexualidade.
Nascida em Divinópolis, Minas Gerais, em 1935, Adélia Prado começou a escrever poesia aos 15 anos. Publicou seu primeiro livro, O coração disparado, em 1978, que foi um grande sucesso de crítica e público. Ao longo de sua carreira, publicou mais de 20 livros, incluindo poemas, contos, romances e ensaios.
Síntese do conto:
O conto “Sem Enfeite Nenhum” narra a história da morte da mãe da narradora, uma adolescente. A mãe da narradora é uma mulher frágil e doente, que morre de forma agonizante. A narradora observa a morte de sua mãe com um olhar sensível e perspicaz, captando a mistura de dor, medo e amor que essa experiência desperta nela.
O conto começa com a narradora descrevendo a rotina de sua mãe, que passava os dias sentada na varanda, olhando para o quintal. A mãe da narradora está doente há muito tempo, e a narradora sabe que sua morte está próxima.
Um dia, a mãe da narradora piora. Ela é levada para o hospital, mas os médicos não conseguem salvá-la. A narradora fica ao lado de sua mãe até o fim, e testemunha sua morte lenta e dolorosa.
Após a morte da mãe, a narradora fica em estado de choque. Ela não consegue entender o que aconteceu, e sente uma mistura de dor, revolta e culpa. Ela começa a questionar a vida, a morte e o sentido da existência.
O conto termina com a narradora olhando para o céu. Ela vê um pássaro voando, e sente um sentimento de esperança. Ela sabe que a vida continua, e que sua mãe está em paz.
Narrativa Despida de Enfeites:
Adélia Prado nos apresenta uma narrativa direta e desprovida de ornamentos, refletindo a simplicidade e a complexidade da vida cotidiana. A ausência de enfeites revela a crueldade da realidade e nos permite mergulhar nas emoções e pensamentos dos personagens.
A narradora, uma adolescente, narra a história da morte de sua mãe. A narrativa é simples e objetiva, mas carregada de emoção. A mãe da narradora é uma mulher frágil e doente, que morre de forma agonizante. A narradora observa a morte de sua mãe com um olhar sensível e perspicaz, captando a mistura de dor, medo e amor que essa experiência desperta nela.
Personagens Autênticos:
Os personagens deste conto são autênticos e reais, com todas as suas falhas e vulnerabilidades. Eles nos lembram da humanidade que compartilhamos, e suas histórias nos tocam profundamente.
A mãe da narradora é uma mulher forte e resiliente, que enfrenta a doença e a morte com coragem e fé. Ela é uma figura inspiradora, que nos ensina a viver a vida com intensidade e a encarar a morte com serenidade.
A narradora é uma adolescente que está aprendendo a lidar com a morte e a perda. Ela é uma personagem complexa e contraditória, que oscila entre a dor, a revolta e a aceitação.
Reflexões sobre a Vida:
“Sem Enfeite Nenhum” nos desafia a reflexão sobre a vida, a morte e as relações humanas. Adélia Prado usa palavras simples para explorar temas profundos, revelando beleza na simplicidade.
O conto nos faz pensar sobre a fragilidade da vida humana, a importância das relações familiares e a força da fé. Ele também nos convida a refletir sobre a nossa própria mortalidade e sobre o que realmente importa na vida.
Conclusão:
“Sem Enfeite Nenhum” é uma obra de arte que merece ser lida e relida. É um conto que nos faz refletir sobre a vida, a morte e as relações humanas, e que nos deixa com uma sensação de beleza e esperança.